Originalidade na escrita criativa
A proposta deste artigo é, justamente, desmistificar o que é a originalidade na escrita criativa, apresentando algumas características do que significa ser “original” em literatura.
Aliás, tal originalidade é uma preocupação que, em certos casos, pode atrapalhar e criar bloqueios criativos em escritores inexperientes. Contudo, práticas criativas podem ser mais simples do que parecem e nisso, na simplicidade, reside a originalidade.
Como ser original na escrita criativa
Ser original na escrita criativa significa que o texto produzido está vinculado à pessoa que o escreveu. Viu, não há tanto mistério assim. E isso tem a ver com pensar e apresentar as coisas por si próprio, sem reproduzir o que já foi dito da forma como foi dito.
Ora, escrever com originalidade não significa (re)inventar a roda. Não é necessário, nem mesmo, pegar um tema inédito – como o suicídio, por exemplo, tema do conhecido dilema de Hamlet –, mas discutir um tema ou assunto de outra forma.
Originalidade na escrita criativa: modos de usar
Pode-se praticar a originalidade na escrita criativa não somente na dimensão discursiva, isto é, no texto escrito, mas em sua estrutura. Isso implica reorganizar o enredo da narrativa, colocando por exemplo o desfecho no começo e a partir dele escrever os eventos que o originaram.
Quando estamos falando em ser original na escrita ficcional, o que nos interessa não é pensar um tipo de texto estravagante, mas, sim, uma elaboração personalizada, que seja pautada pela reflexão do próprio autor, de modo que tal característica se revele por seu olhar particular.
O que são clichês e porquê não usá-los
Não está proibido usar clichês, mas melhor evitá-los para não correr o risco de pensarmos com a cabeça dos outros. Isso tem a ver com a redução da possibilidade de visitar lugares comuns na literatura e repetir discursos batidos.
Ninguém está dizendo que você precisa ser vanguardista e “reinventar” (como se fosse possível) a literatura, mas, sim, de dizer o que foi dito desde outro ponto de vista.
Surpreenda os leitores sem a necessidade de grandiloquência, mas com palavras simples, tal como fez o inspirador Guimarães Rosa, a quem citamos como exemplo, ao falar sobre ambiguidade do mal entre Deus e o Diabo.
Desafio de literatura 2021: envie suas resenhas e ganhe prêmios
Conhece o Desafio de literatura 2021 do site Frizero? Você pode publicar sua resenha literária em nossa página e de quebra ganhar o livro Dostoiévski – Correspondências (1838-1880), do escritor russo que completa duzentos anos de nascimento em 2021. A edição foi traduzida por Robertson Frizero.
Como devo escrever e enviar minha resenha
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Robertson Frizero
Robertson Frizero é escritor, tradutor e professor de Criação Literária. Sua primeira oficina foi lançada em 2011, e desde então se manteve em atividade contínua, entre oficinas, cursos, palestras e mentorias literárias. Foi jurado do Prêmio Jabuti de Literatura por três anos consecutivos e jurado do Prêmio Açorianos de Literatura. É Mestre em Letras pela PUCRS e especialista em Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela UFRGS.
Frizero é autor de romances e livros infantis premiados, e já publicou também poesia, contos e textos teatrais. Seu livro de estreia, o infantil Por que o Elvis Não Latiu? [8INVERSO, 2010], foi agraciado com o Prêmio Crescer. Seu romance de estreia, Longe das Aldeias [Dublinense, 2015], ganhou o Prêmio AGES de melhor romance do ano pela Associação Gaúcha de Escritores – AGES e foi finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Açorianos de Literatura. Longe das Aldeias foi também escolhido pelo Governo Federal para distribuição à Rede Pública de Ensino no PNDL Literário 2018. Em 2020, Longe das Aldeias foi traduzido para o árabe e publicado no Kuwait e Iraque, com distribuição para todo o mundo árabe.
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