Escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária

Semiótica é um campo de estudos da Comunicação (e, dependendo do caso, da linguística) que investiga os processos de produção de significação. Entendeu? Pareceu difícil? Não, é fácil. É o estudo de como produzimos significados.

Compreender esses processos é importante na hora da Escrita Criativa, pois fica mais fácil de tentar produzir alguns “agenciamentos de sentidos”. Ou seja, podemos propor caminhos interpretativos, ainda que não possamos determinar todas as significações.

Ao longo deste texto, apresentamos alguns pontos-chave do que é semiótica com o desejo de inspirar e aumentar o seu repertório para a produção literária.

O que é signo?

Para dizer de uma maneira bem simples, signo é tudo aquilo que ocupa o lugar de outra coisa. Usamos signos para designar coisas, pessoas, ambientes, lugares.

Os nossos nomes são signos de nós próprios. Eles ocupam o nosso lugar e significam nós mesmos na assinatura de um documento, por exemplo. Veja o caso do escritor José Saramago. O nome na capa do livro ocupa o lugar do autor e traz consigo uma série de significações (possibilidades de compreensão/decodificação) da obra, por exemplo.

Tipos de Signo

Os signos não se reduzem às palavras escritas. Os signos podem ser:

  • Palavras
  • Imagens (desenho, foto, escultura)
  • Fonemas (pensa alguém falando a palavra casa ou “house”)
  • Audiovisuais (filmes, propagandas, vídeos)
  • Pensamentos (sim, pensamos por signos, não há mediação do pensamento senão por signos. A tarefa da psicanálise, por exemplo, é buscar a cura dos traumas por meio da formulação em signos, a rigor, pela palavra).
Representação da tríade perciana
Representação da tríade perciana

Semiose

Semiose é, precisamente, o processo de significação, ou seja, de construção sentido. Tais processos de significação não são dados de maneira imediata (sem mediação).

E o que a semiótica investiga, em última análise, é o processo de significação, a semiose, portanto.

Compreender como se dão esses processos auxiliam a produção da escrita criativa, uma vez que o escritor pode controlar melhor os efeitos de sentido pretendidos (ainda que não controle a recepção).

Da Semiose à Escrita Criativa

Há uma série de autores e perspectivas dentro do campo da Semiótica. Para conhecer profundamente os mecanismos e estratégias semióticas é necessário ir a fundo nos estudos.

Procure conhecer, pois é uma ferramenta que torna o trabalho de escrita criativa muito menos intuitivo e muito mais técnico.

Se você gostou, comente este texto porque o Clube de Criação Literária tem um curso especial de Semiótica e Literatura. Assim, podemos avisar quando tiver novas turmas.

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Roberson Frizero é escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária. É Mestre em Letras pela PUCRS e Especialista em Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela UFRGS. Sua formação inclui bacharelado em Ciências Navais pela Escola Naval (RJ). Seu livro de estreia, Por que o Elvis Não Latiu?, foi agraciado pelo Prêmio CRESCER como um dos trinta melhores títulos infantis publicados no Brasil. Seu romance de estreia, Longe das Aldeias, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, do Prêmio Açorianos de Literatura e escolhido melhor livro do ano pelo Prêmio Associação Gaúcha de Escritores – AGES. Foi, por três anos consecutivos, jurado do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro – CBL.

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