Escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária

Um leitor adulto pode supor que escrever um livro infantil seja uma tarefa mais simples que escrever um romance, por exemplo. Além de um preconceito, esta ideia em nada converge à realidade, uma vez que obras literárias para crianças precisam despertar a imaginação e o desejo de conhecimento.

Robertson Frizero é autor do premiado Por que Elvis não latiu?, publicado em 2010. Neste post, apresentaremos alguns aspectos particulares que devem ser levados em conta na hora de escrever uma obra literária para crianças. Vamos lá!

Enredo para livros infantis

Um enredo ideal para livros infantis deve conter contextualização, exposição do problema, desenvolvimento, clímax e desfecho, mais ou menos nesta ordem.

Quando se trata de escrever livros para crianças considere que a escrita precisa privilegiar a clareza das ideias, com começo, meio e fim, bem delimitados. Além disso, normalmente obras de literatura infantil são relativamente curtas.

Imagem do miolo do livro Greta entre os gigantes, de Zoë Tucker com ilustrações de Zoe Persico
Imagem do miolo do livro Greta entre os gigantes (Editora Carochina, 2020), de Zoë Tucker com ilustrações de Zoe Persico (Imagem: divulgação)

Transformação do personagem

Em outro post publicamos um texto sobre a transformação do personagem que, neste caso, também é importante. Na literatura infantil não é diferente, sobretudo porque pais que compram livros esperam que a obra possa trazer alguma lição importante aos filhos.

Por isso investir em uma história em que haja a transformação do personagem principal é uma boa estratégia a ser adotada. Tais mudanças nos protagonistas ajudam a criança a lidar com alguns dilemas de forma lúdica e criativa.

Aliás, evite dar protagonismo a adultos em livros para crianças, como aqueles capazes de “salvá-las”. Adultos são, de certa forma, estranhos no mundo formulado pelas crianças, como se fossem estrangeiros. As crianças são o mais importante no imaginário infantil.

A importância das ilustrações na literatura infantil

Ilustrações são fundamentais na literatura infantil e são um recurso valioso para chamar atenção dos pequenos. Imagens coloridas e bonitas costumam aguçar a imaginação das crianças.

É claro que, a depender do projeto, o investimento em ilustrações pode ser alto, mas é incontornável quando se trata de livros para crianças. Então não deixe de lado esta etapa fundamental do processo.

Capa do livro Por que Elvis não latiu?, de Robertson Frizero
Capa do livro Por que Elvis não latiu?, de Robertson Frizero com ilustrações de Tayla Nicoletti

Por que Elvis não latiu?

SINOPSE: O que sente uma criança quando ela descobre que seu melhor amigo viajou para nunca mais voltar? Assim, a história aborda a delicada situação vivida por pais e responsáveis que precisam explicar aos seus filhos o inevitável fenômeno da morte. Em linguagem simples e direta, mas sem deixar de lado a poesia necessária para apresentar o tema aos pequenos leitores, este é um livro sobre o direito das crianças ao luto e à saudade.


Clube de criação literária

Clube de Criação Literária é uma dessas ações de mecenato coletivo – neste caso, em favor do escritor e tradutor Robertson Frizero. Mas, como o próprio nome sugere, é uma ação de mecenato que traz, também, uma ideia inovadora no campo da formação continuada em Escrita Criativa.

Associando-se ao Clube, o participante colabora com o mecenato coletivo e tem acesso a conteúdo exclusivo sobre Criação Literária:

  • Material didáticoartigos resenhas de livros de interesse na área de Criação Literária;
  • Reuniões on-line e debates sobre Criação LiteráriaLiteratura Mercado Editorial;
  • Vídeos, áudios, apresentações e sessões de mentoria literária em grupo;
  • Sorteios mensais de livros e serviços de mentoria literária individual e leitura crítica.

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Roberson Frizero é escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária. É Mestre em Letras pela PUCRS e Especialista em Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela UFRGS. Sua formação inclui bacharelado em Ciências Navais pela Escola Naval (RJ). Seu livro de estreia, Por que o Elvis Não Latiu?, foi agraciado pelo Prêmio CRESCER como um dos trinta melhores títulos infantis publicados no Brasil. Seu romance de estreia, Longe das Aldeias, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, do Prêmio Açorianos de Literatura e escolhido melhor livro do ano pelo Prêmio Associação Gaúcha de Escritores – AGES. Foi, por três anos consecutivos, jurado do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro – CBL.

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